A gasolina teve seu valor diminuído em 4,9% nas refinarias da Petrobras no dia 20 de julho, gerando especulações sobre uma possível redução também no preço do óleo diesel, que atualmente é vendido no país até 3% mais caro que no mercado externo.
Antes do reajuste, a gasolina era vendida nas refinarias com valor 8% maior que fora do país (R$ 0,30 por litro) e a diminuição foi possível devido a política de redução de impostos e a manutenção do câmbio em um nível alto, gerando aumento nos preços de referência dos combustíveis no mercado internacional.
Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o reajuste era esperado por conta da queda dos preços no mercado mundial. Agora, não há mais a defasagem em relação ao preço comercializado no Golfo do México, parâmetro para as negociações no Brasil.
"A redução de R$ 0,20 aplicada aos preços da gasolina comercializada pela Petrobras acompanhou a evolução dos preços internacionais de referência, que se estabilizaram em patamar inferior para este produto, e é coerente com a prática de preços, que busca o equilíbrio com o mercado global, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio", disse a Petrobras por meio de nota.
Segundo o PPI (Preço de Paridade de Importação) dos dois combustíveis, calculada pela Abicom, a defasagem média da gasolina atingiu 0% e a do óleo diesel ficou em 3%, mostrando que a primeira atingiu a paridade, zerando a diferença de preço em relação ao preço internacional.
Mesmo que a estabilização do preço da gasolina no mercado internacional tenha sido capaz de reduzir seu valor no mercado interno, o mesmo não aconteceu com o diesel, devido à volatilidade.
"O diesel está sendo negociado nas refinarias brasileiras com valor 3% acima dos preços internacionais, sendo possível uma redução de preços nas refinarias brasileiras da ordem de R$ 0,14 por litro", avalia Sérgio Araújo, presidente-executivo da Abicom
Segundo ele, a Petrobras deve aguardar uma maior estabilização no mercado externo, possivelmente até meados de agosto, para decidir pela redução.
"Hoje, a possibilidade de uma pequena diminuição no preço do diesel vendido aqui existe, mas é preciso ter muita cautela. Eles não podem se antecipar e, depois, voltar atrás. Ainda há muita incerteza por causa da crise do fornecimento de gás pela Rússia para a Europa", explica Araújo.
Diante deste cenário, a Petrobras não descartou uma queda no preço do combustível, mas também não confirmou:
"Com relação ao diesel, é importante esclarecer que cada produto derivado do petróleo possui mercado e dinâmica de valorização próprios, de acordo com seus balanços de oferta e demanda global. Dessa forma, a Petrobras segue monitorando o mercado e, por questões concorrenciais, não pode antecipar suas decisões sobre manutenção ou reajuste de preços".,
Instável fora do Brasil, o diesel também tem valor elevado comparado a gasolina no país, por ter sido menos afetado pelas novas medidas governamentais. Os impostos federais já não incidiam sobre ele e as alíquotas de ICMS eram menores que os percentuais adotados para os produtos essenciais. A queda nas bombas foi de apenas 1,2% após os cortes das taxas estaduais.
Segundo especialistas, a alta demanda no mercado mundial pelo óleo diesel pode ser uma preocupação. Atualmente, há países revendo seus estoques, alguns passaram por desabastecimento e outros estão preocupados com os suprimentos. No Brasil, o interesse deveria estar em manter a paridade internacional para estimular a importação e evitar a falta de estoque.
Segundo a Abicom, o governo está atento aos estoques: "Não acredito em um desabastecimento generalizado. Pode ser que ocorra em um ou outro porto, por alguns momentos, mas vai ser uma coisa pontual", afirma o presidente-executivo da associação.
O preço do óleo diesel teve alta de 14,26% em junho, chegando a ser vendido pela Petrobras a R$ 5,61 por litro. Como consequência, o valor dos fretes dos transportes rodoviários também subiu, em comparação com o ano passado.
Fonte: R7
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