O agronegócio, agora uma das bancadas mais influentes no Congresso Nacional, desempenha um papel fundamental no cenário de crescimento do biodiesel. O apoio político do setor tem sido crucial para a aprovação de mudanças regulatórias que beneficiam a cadeia produtiva do combustível. Além disso, o interesse renovado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo biodiesel também favorece o setor. Em 2004, Lula assinou a primeira medida provisória sobre o óleo vegetal, com a ambição de impulsionar a produção de biodiesel a partir de mamona e palma nas regiões Norte e Nordeste.
Hoje, no entanto, a realidade é diferente da projetada inicialmente. O óleo de soja domina a produção de biodiesel, representando mais de 70% da matéria-prima utilizada, com a maior parte dessa produção concentrada em estados como Mato Grosso e Rio Grande do Sul. O óleo de palma, produzido no Pará, corresponde a menos de 1% da produção, enquanto a mamona praticamente desapareceu da lista de insumos.
Apesar das divergências políticas, o biodiesel se tornou um ponto de convergência entre os interesses do governo e dos grandes produtores rurais, com uma parte significativa das matérias-primas adquiridas de pequenos agricultores por meio do programa Selo Biocombustível Social.
Além disso, a Petrobras está investindo no desenvolvimento de um diesel co-processado com óleos vegetais, na esperança de classificá-lo como biocombustível. No entanto, essa iniciativa enfrenta resistência dentro do próprio setor do agronegócio e ainda não avançou significativamente.
Recentemente, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou o aumento da mistura de biodiesel no diesel, que agora chega aos postos com 14% de óleo renovável, com previsão de aumento para 15% em 2025. A demanda por biodiesel deve crescer significativamente, impulsionada tanto pelo aumento da mistura quanto pelo crescimento das vendas de diesel.
A previsão da consultoria StoneX é que o consumo nacional de biodiesel salte de 7,4 bilhões de litros em 2023 para 9 bilhões de litros em 2024, representando um crescimento de 21,6%.
Fonte: O Sul
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