Após um surto de vírus na China e previsões de inflação nos EUA, o West Texas Intermediate, petróleo de referência no país, caiu para US$ 98,40 o barril, uma baixa de 5,5%. O Brent na semana passada chegou a registrar sua terceira maior queda em valor absoluto de todos os tempos.
Essa queda é fruto do pessimismo com as notícias de aumento de casos de vírus na China, estimativas de alta inflação nos EUA e dólar alto, tornando o petróleo menos atraente para investidores e mais caro para mercados emergentes.
Em baixa desde junho, o preço do petróleo acompanha uma crise energética global e, segundo o diretor executivo da Agência Internacional de Energia, Fatih Birol, talvez ainda não tenhamos visto o pior. Afinal, o primeiro relatório da Opep para 2023 não trouxe alívio para a oferta no mercado de petróleo.
“Mais do mesmo com commodities levando uma surra”, disse Ole Hansen, chefe de estratégia de commodities do Saxo Bank. Também há preocupações de que o índice de preços ao consumidor americano na quarta-feira “possa surpreender novamente, assim como no mês passado. Com isso, corre-se o risco de um aumento ainda mais agressivo de juros debilitantes."
O início do mês julho foi marcado por uma forte queda no valor do petróleo, reflexo dos temores em relação à desaceleração econômica e diminuição na demanda que pode ser provocada por uma provável recessão na Europa.
O preço do barril caiu em até US$ 10, enquanto que o dólar saltou para máximas de duas décadas. Embora a expectativa de aumentos nas taxas de juros do Fed tenham incentivado a venda do petróleo, atraindo compras de entidades não americanas, o temor fez o preço cair.
O contrato do WTI, ou West Texas Intermediate negociado em Nova York, caiu 9,52%, saindo a US$ 98,11. O vencimento do Brent para setembro também cedeu 10,25%, cotado a US$ 101,87.
Dessa forma, o índice de referência de petróleo dos EUA terminou junho em queda de mais de 7%.
Além disso, o petróleo bruto Brent negociado em Londres, referência global, registrou a maior queda: 10,45%, chegando a US$ 101,66. Só no mês passado, a queda já havia sido de 6%.
O aprofundamento no medo de uma recessão pode estar pesando nas perspectiva de demanda por petróleo na semana, mesmo com previsões de ganhos de empregos nos EUA em junho, que podem levar o valor do petróleo a um novo surto de instabilidade.
É esperado que a conversa sobre a recessão ganhe mais espaço nos Estados Unidos após a previsão do Federal Reserve de Atlanta, se resultar em um segundo trimestre consecutivo de declínio econômico.
Após a reunião do banco central dos EUA, algumas informações e previsões sobre o futuro das taxas de juros serão fornecidas aos investidores, à medida em que o mercado permanece na expectativa da recessão.
Além disso, é esperado que o Fed suba a taxa de juros novamente em 75 pontos base em sua próxima reunião de julho, porém ainda não há previsões para setembro.
Segundo economistas, os Estados Unidos podem estar enfrentando o início de um abalo econômico. Porém, a visão é turva para os consumidores que estiveram isolados por dois anos, com o mercado imobiliário funcionando com antigas energias de estímulo e o mercado de ações voltando após alguns dias de vendas.
No entanto, os consumidores dos EUA não poderão poupar uma crise econômica que pode vir mais rápido do que se espera, alertam analistas.
Em especial no mercado petrolífero, esse temor pela recessão criou ações que impediram aumentos no preço do petróleo, mesmo quando a China sinalizou uma nova paralisação devido ao Covid e a greve dos trabalhadores do petróleo na Noruega.
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