As oscilações no preço do óleo diesel no Brasil são frequentes e motivadas por diversos fatores nacionais e internacionais.
Após queda no valor do combustível em 2020, devido a uma brusca diminuição da demanda causada pela pandemia da COVID-19, no ano de 2021 o consumo voltou a crescer e estima-se que já em 2022 os mesmos índices do período pré-pandemia sejam alcançados.
Desde então, foram registrados aumentos constantes nos preços do produto, o que vem pesando no bolso dos consumidores, que são surpreendidos a cada abastecimento de seus veículos, maquinários ou geradores.
Mas, afinal, quais são os aspectos que realmente interferem na precificação do derivado do petróleo, da refinaria até o consumidor final?
Continue a leitura deste artigo e conheça o que é fato e o que é mito quando o assunto é o preço do óleo diesel.
Mito. Desde 2016, a Petrobras não subsidia mais os valores do diesel, ocasião em que o governo federal passou a adotar a política de Paridade de Preços com o Mercado Internacional (PPI).
Por consequência, o preço dos combustíveis comercializados em território brasileiro passou a se igualar aos valores da commodity de petróleo no mercado externo.
De lá pra cá, os valores não sofrem reajustes de acordo com um prazo pré-estabelecido, e podem acontecer mensalmente, quinzenalmente e até diariamente.
Mito. De acordo com a Petrobras, em janeiro de 2021 o preço do diesel na bomba era 27,4% inferior à média mundial.
Um levantamento feito entre 165 países apontou que o Brasil estava no 122º lugar do ranking dos maiores preços no período.
Verdade. Quanto mais alto estiver o dólar, em comparação ao real, mais elevado será o preço do combustível.
A flutuação do câmbio é um dos fatores que provocam mudanças no preço do óleo diesel disponível no mercado.
Mito. Um dos tributos que incidem sobre o valor final do diesel é o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
No Brasil, os estados e o Distrito Federal têm autonomia para determinar a alíquota do ICMS em seus respectivos territórios.
Quando o ICMS aumenta, os postos e grandes comercializadoras podem repassar o reajuste para o consumidor, elevando o preço do produto.
Por isso, o custo do derivado do petróleo varia em cada unidade federativa brasileira.
Também compõe a precificação do combustível os seguintes impostos federais PIS, COFINS e CIDE; além do preço que a Petrobras cobra na refinaria e a adição obrigatória de biocombustível.
Verdade. Por lei, é obrigatória a adição de 13% de biodiesel ao óleo diesel comercializado, com a finalidade de reduzir a emissão de gases poluentes.
A soja, que é uma das principais fontes de extração do biodiesel no Brasil, encarece em 2021, devido ao grande período de estiagem das chuvas.
O aumento da demanda e a queda na oferta elevou o preço da soja e fez subir também o valor do diesel.
Mito. Também sob a ótica da oferta e da procura, em 2020, por exemplo, quando houve queda no consumo devido ao isolamento social imposto pela pandemia de COVID-19, o preço do diesel diminuiu.
Em dezembro do referido ano, o litro do combustível nas refinarias chegou a custar R$2,02, em média.
Acrescenta-se, ainda, valores decorrentes da logística de importação e distribuição, taxas de câmbio, conjunturas políticas e econômicas e relação com o mercado externo.
Apesar de o país ser um grande produtor de petróleo, o preço dos combustíveis segue a lógica de um mercado globalizado e integrado, assim como acontece com outras commodities negociadas em âmbito mundial.
Ignorar a cotação mundial prejudicaria a regulação dos preços e a não importação do insumo traria o risco de desabastecimento do mercado interno, entre outros prejuízos.
Com base nessas informações, é possível desmistificar alguns equívocos a respeito dos elementos que de fato compõem o preço do óleo diesel.
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