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Gasolina e etanol recuam, mas Óleo Diesel não acompanha a queda

Já faz mais de um mês que os postos de combustíveis têm reduzido consideravelmente os preços de gasolina e etanol, segundo levantamentos da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). No entanto, o diesel não está acompanhando o mesmo ritmo.

Desde o fim de junho, a queda no preço do diesel foi de apenas 1,9%, ou seja, R$ 0,15 o litro. No total, o valor foi de R$ 7,57 para R$ 7,42 em cinco semanas. Enquanto isso, a gasolina passou de R$ 7,39 para R$ 5,74 e o etanol baixou de R$ 5,53 a R$ 4,21 o litro, representando 22,3% e 23,8%, respectivamente.

Além da diferença na queda, a Petrobras anunciou recentemente duas reduções do preço da gasolina para as refinarias no mês de agosto, deixando novamente o diesel de fora dos reajustes.

Segundo especialistas, isso está acontecendo devido a particularidades do diesel em relação aos demais combustíveis. Tanto a níveis nacionais quanto internacionais, esses fatores, que vão do hábito de consumo às complicações de abastecimento por conta da guerra na Ucrânia, impedem uma redução maior de preços.

Escassez do combustível e conflito na Ucrânia

Até então, era esperado que houvesse um alívio dos preços do diesel no Brasil conforme os valores de mercado gerassem menos pressão na política de preços da Petrobras.

A base dos preços da gasolina e diesel nas refinarias é chamado de Preço de Paridade de Importação (PPI) e é orientado pelas flutuações do preço do barril no mercado internacional e pelo câmbio.

No entanto, o valor do próprio diesel subiu quase 55% no mercado internacional desde a invasão russa à Ucrânia, no início do ano. A gasolina também teve altas consideráveis, mas voltou a cair posteriormente, ficando com alta de apenas 9%, segundo dados do site Oil Price.

Para Pedro Rodrigues, sócio do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), isso aconteceu por conta da escassez de diesel no mercado internacional após o acirramento do conflito entre a Rússia e a Ucrânia.

Recentemente, os russos aumentaram as limitações em cima do fornecimento de gás natural, uma importante fonte de energia para casas e indústrias, para a Europa, por meio do gasoduto Nord Stream.

“O receio com a Rússia faz a Europa estocar diesel, o que eleva o preço em todo o mundo. Isso fez a cotação do diesel descolar do barril de petróleo e ter grande volatilidade”, diz Rodrigues.

Essa variação de preços fez a Petrobras não arriscar no diesel. Afinal, uma margem de segurança é inevitável no Brasil, um país que consome grande volume do combustível.

Oferta e demanda também colaboram com os preços

Ao fim de julho, a Petrobras indicou que o diesel deve seguir elevado por conta da discrepância entre oferta e demanda.

Nos próximos meses deve haver um aumento da procura pelo combustível devido ao inverno no hemisfério norte. Já no Brasil, a busca também deve ser maior com o escoamento da safra de grãos, feito principalmente via transporte rodoviário.

Enquanto isso, a temporada de furacão nos Estados Unidos pode comprometer a produção e incentivar aumentos de estoque de diesel. Segundo especialistas, também é possível uma extensão nos cortes de fornecimento de energia pela Rússia em momento decisivo.

Para o economista Cláudio Frischtak, sócio-fundador da consultoria Inter B, a situação é complicada pois o consumo de óleo diesel é de difícil substituição. Na Europa, por exemplo, além do transporte de carga, há dependência do combustível no abastecimento de carros de passeio e aquecimento de casas.

“Diesel tem uma demanda muito mais inelástica, enquanto as refinarias estão com problemas de aumento de produção. O Brasil importa cerca de 25% do diesel e acaba sofrendo bastante com o mercado internacional”, diz Frischtak.

Fonte: G1

Continue acompanhando o blog e fique por dentro das notícias do setor e outras informações sobre o óleo diesel!

Leia também: Importação do diesel russo é inviável, segundo especialistas

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