A importação de combustíveis, sobretudo do diesel, voltou com novo gás após a queda do dólar e das commodities no mercado internacional, segundo o presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sérgio Araújo.
No início de fevereiro de 2023, no dia 2, o preço do combustível nas refinarias da Petrobras registrou defasagem positiva de 16%. Esse valor não era atingido desde agosto de 2022.
"Houve queda do dólar e também das commodities no mercado internacional, com isso as janelas estão abertas para importações", afirmou Araújo ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
Se comparar os preços ao mercado internacional, a Petrobras precisaria reduzir o litro do diesel em R$ 0,60 para equiparar os valores, segundo cálculos da Abicom.
A Refinaria de Mataripe, na Bahia, por exemplo, tem feito reajustes semanais na gasolina e no diesel desde que foi vendida pela Petrobras, no final de 2021. Assim, a defasagem do diesel caiu para 14%, mas permanece alta.
Em relação à gasolina, os preços estão mais alinhados com o mercado mundial. No momento, a defasagem é positiva em 6% em todos os polos de referência no país.
Para igualar com os preços externos seria possível um aumento de R$ 0,18 por litro da gasolina nas refinarias.
A última vez em que a Petrobras reajustou o preço da gasolina foi em 25 de janeiro, quando subiu em 7,5%. Em relação ao diesel, foi em 7 de dezembro de 2022, quando caiu em 8,12%.
Desde o dia 26 de janeiro, a Petrobras tem um novo presidente, o ex-senador e especialista no setor de óleo e gás Jean Paul Prates. Desde então, a dúvida do mercado é de como ficará a política de preços da companhia, baseada na equiparação dos preços internos aos preços de paridade de importação (PPI).
Prates declarou que não vai intervir na política de preços da companhia e que continuará tendo como referência o mercado internacional. Ainda afirmou que o preço dos combustíveis no Brasil é uma questão de governo.
O ex-senador aposta na criação de uma conta de estabilização de preços, cujo projeto de lei foi relatado por ele no Senado no ano passado, e visa amortecer grandes altas ou quedas. Prates também já informou que pretende implantar uma política de preços regionalizados na estatal, mas ainda não divulgou detalhes.
Fonte: Exame
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