Valor do petróleo caiu, mas óleo diesel segue sem baixas
O preço do barril de petróleo tem apresentado sucessivas quedas no mercado internacional, chegando ao valor praticado antes da guerra da Ucrânia, motivado por uma desaceleração da economia mundial, especialmente dos EUA e China, além do aumento da oferta da commodity.
No entanto, o mesmo não tem acontecido com o óleo diesel, que, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), teve uma alta de 24% em seu preço, se comparado ao valor anterior ao conflito.
Por que o preço do diesel não baixa?
Ainda mais que a gasolina, toda a economia é afetada com a mudança no preço do óleo diesel, pois a inflação é pressionada. Isso porque o combustível é amplamente utilizado nos transportes, principalmente caminhões que transportam alimentos e outros produtos de consumo, subindo o valor do frete que é repassado ao consumidor final.
Segundo especialistas, o preço do litro do diesel não acompanhou a queda dos outros combustíveis, como a gasolina, porque a redução de impostos não teve um grande impacto nele.
Segundo o diretor da empresa de informações financeiras Comdinheiro, Filipe Ferreira, o diesel já tinha uma alíquota menor do que a da gasolina, que tinha um ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) maior em boa parte dos estados brasileiros.
A alíquota da gasolina em São Paulo, por exemplo, era de 25% e agora, que passou para 18%, a redução foi expressiva no preço do litro. No entanto, o imposto do diesel era de 13,3%, já abaixo do limite de 18%, por isso não houve a mesma queda para o consumidor.
O uso do diesel é diferente do da gasolina
Enquanto a gasolina tem usabilidade a níveis pessoais, como transporte individual, o diesel tem foco mais comercial, sendo fonte de energia para caminhões de transporte, indústria e até embarcações marítimas.
“O diesel possui uma dinâmica específica no preço. Ele é mais importante que a gasolina e, por isso, há uma diferença de demanda e do comércio dele em relação à gasolina. Com a guerra, houve também uma mudança nesse comércio, com a Europa aplicando sanções à Rússia e se voltando ao mercado americano”, afirmou Carla Ferreira, pesquisadora do Ineep (Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). “Esse aumento de demanda fez com que o preço do mercado nos EUA subisse, elevando o preço no mundo todo”.
Outra questão é a impossibilidade de encontrar alternativas para o diesel. Enquanto as pessoas encontram formas de substituir o carro, seja usando menos ou trocando pelo transporte público, no caso do diesel é mais difícil. Isso porque o caminhoneiro, as indústrias ou as termelétricas precisam dele para trabalhar ou funcionar.
Fonte: Uol Economia
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Leia também: Quais são os tipos de óleo diesel disponíveis no Brasil?
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