A discussão sobre o aumento da proporção de biodiesel no óleo diesel comercializado no Brasil tem gerado debate entre os setores de agronegócio e energia. Atualmente, o biodiesel representa 14% da composição do diesel e a expectativa é que esse número chegue a 20% até 2030.
Uma das principais vantagens do biodiesel é ser uma fonte renovável de energia que não contribui para o aumento do efeito estufa. O dióxido de carbono (CO2) liberado na queima do biodiesel é reciclado pelas plantas através da fotossíntese, não se acumulando na atmosfera.
A produção de biodiesel gera empregos no campo e é menos suscetível às variações de preços internacionais do petróleo. Fatores geopolíticos e econômicos podem causar instabilidade nos preços dos combustíveis fósseis, mas o biodiesel, por ser de origem vegetal, oferece uma alternativa mais estável.
Apesar das vantagens, há resistência ao aumento da proporção de biodiesel no diesel devido ao seu menor poder calorífico, o que pode reduzir a potência dos motores. O biodiesel também é higroscópico, absorvendo umidade do ambiente, o que pode levar ao acúmulo de água nos tanques de combustível e ao entupimento de filtros.
A votação para o aumento da proporção de biodiesel no diesel deve ocorrer em breve no Congresso. O governo é favorável à pauta, enquanto o setor de energia pode oferecer resistência. Por outro lado, o agronegócio e a bancada ruralista apoiam a medida, pois isso aumentaria a produção de vegetais como a soja, fontes de biodiesel.
Pedro Luiz Côrtes, professor da Universidade de São Paulo, destaca que o biodiesel é mais benéfico ao meio ambiente, mas pode não apresentar a mesma efetividade do combustível fóssil. Ele enfatiza a importância de realizar testes e ensaios representativos antes de aumentar a proporção de biodiesel no diesel para evitar problemas técnicos e operacionais.
Fonte: Jornal da USP
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